
O filósofo e diretor de cinema Guy Debord foi um dos pensadores a criar uma obra com uma análise crítica da sociedade de consumo sob a perspectiva do “espetáculo”.
O livro "A sociedade do Espetáculo", de Debord, trata, principalmente, da "mercadoria como espetáculo e do triunfo da aparência".
A primeira tese do livro de Debord afirma que a vida das sociedades modernas “se apresenta como um imenso espetáculo”, isto é, “tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação".
A crítica mais contundente de Debord é quando afirma que "a verdade do espetáculo é a negação da vida que se tornou visível".
O mundo das celebridades, hoje mais do que nunca, parece deslumbrar o cidadão comum que, negando a vida real, busca cada vez mais fazer parte do círculo dos famosos ou cria situações, muitas vezes constrangedoras, até mesmo nocivas, mas que creem garantir alguma visibilidade.
Será que o autor não está sendo radical?
Será que realmente não descobrimos novos mecanismos de dar mais graça à vida de mais pessoas, o que era restrito a pequenos grupos de privilegiados?
Será que a busca da satisfação de nossas necessidades é tão ruim assim e merece o tom crítico?
Ou nem sempre conseguimos discernir o que realmente é necessário do que é supérfluo?
Levando-se em conta que as pessoas podem confundir satisfação com felicidade, vale tudo por dinheiro ou por alguns instantes de fama?
Por que, então, quem perde o direito à privacidade pelo excesso de exposição reclama tanto?
Por que, afinal, confunde-se anonimato com insignificância?
Você seria capaz de se envergonhar de quem ama se esses entes queridos, principalmente familiares, não se enquadrarem nesse perfil?
Nesse cenário que valoriza apenas quem tem projeção, quem realmente são as pessoas mais importantes na sua vida?
Você acredita que quem não atende à lógica da visibilidade está condenado à exclusão social?
A espetacularização assusta pela normalidade com que se passou a considerar o ser humano como um produto. Neste contexto, temos as "Redes Sociais" como um novo paradigma que já supera outros meios de comunicação e vinculam as pessoas mais pelas imagens, pelo "status" e outros aspectos superficiais do que pelas relações afetivas e concretas.
Eu confesso que não abro mão dos meus momentos na rede e isso tem mais contribuído do que atrapalhado, aliás, nunca atrapalha porque encontrei muita riqueza nos comentários e carinho nos cumprimentos, provavelmente o que muitas vezes falta nas relações do cotidiano.
Por esse motivo, talvez, em vez de aderir ao clima de beligerância de alguns contra as redes, podemos fazer o caminho inverso. Ao invés de expor nossa intimidade, seria mais adequado fazer bom uso das maravilhas que encontramos na internet em nossa vida pessoal e preservar o direito de ser anônimo.
Querida Roseli
ResponderExcluirFinal perfeito de seu texto. A troca de informações, de conhecimento, de apuração do senso crítico valem mais do que transformar o espaço das redes em diários pessoais sem muita firmeza do porquê está lá.
Marisa Cruz
Rose. Texto maravilho e digno de debate! =D Infelizmente a escrita não mostra nossos sentimentos, nossa intonação nas palavras. Interpretamos as críticas escritas (positivas ou não)de acordo com os sentimentos que estamos vivendo no momento. Quanto ao texto, só digo que, quem se expõe, por opção, não tem do que reclamar em termos de falta de privacidade. O ser humano é um eterno "descontente": se é anônimo e tem privacidade, quer o glamour da notoriedade; se é "famoso", conhecido reclama q as pessoas e paparazzis não o deixam em paz. Infelizmente a maioria das pessoas só dão valor às coisas depois que perdem!
ResponderExcluirPERFECT!
ResponderExcluir...Eu confesso que não abro mão dos meus momentos na rede e isso tem mais contribuído do que atrapalhado, aliás, nunca atrapalha porque encontrei muita riqueza nos comentários e carinho nos cumprimentos, provavelmente o que muitas vezes falta nas relações do cotidiano...
Ro,
Eu tbm, confesso que não abro mão dos meus momentos na rede e isso tem mais contribuído do que atrapalhado, e digo: Através das redes sociais, encontrei pessoas grandiosas, pessoas com valores, sábias e humildes.. Como por exemplo..VOCÊ!!
Beijinhos Ro!
Bellisa
Como ignorar tanto carinho?
ResponderExcluirSe muitos julgam que só há superficialidade na rede, os comentários profundos e os textos brilhantes de muitos blogueiros desmentem isso.