terça-feira, 24 de junho de 2014

ALICERCES QUE PODEM REALIZAR SONHOS

Foto: Página Oficial: Carlos Hilsdorf

O que me chamou a atenção na mensagem acima é que a atitude vem antes da paciência. 
Eu penso que a paciência só é necessária quando desistimos de tentar fazer alguma coisa ou quando nada do que tentamos fazer deu certo.

Na virada do ano, propus uma atividade prática no trabalho que realizo com moradores de rua. Apresentei uma caixa vazia para simbolizar a esperança de vida nova, uma vida renovada, e para isso sugeri, como fazemos desde o início, que empenhemos todos os nossos esforços para nos libertarmos do que nos incomoda, do que nos faz mal, para dar espaço em nossa vida, mente e coração para as coisas boas e despertar para a necessidade de desenvolvimento das virtudes e o reconhecimento do potencial de cada um a fim de desempenhar de maneira ativa e responsável seu papel na sociedade.


Desde então, a caixa vem sendo preenchida com conteúdos que resultam das atividades desenvolvidas com os "meninos" e acredito que todos nós podemos fazer o mesmo no nosso dia-a-dia. "Remover", nesse caso, não significa fingir que o mal não existe, mas sim agir para que o mal não aconteça.


Que tal esvaziar as gavetas, os espaços de nosso coração e, por que não?, o Brasil nos livrando do que nos faz mal, do que nos deixa amargos e nos tira a esperança?


Precisamos desocupar os espaços ocupados pela negatividade, pelos discursos que fomentam o ódio e dividem nosso povo, para que possam ser preenchidos com sentimentos e valores que nos fazem bem.


Precisamos e merecemos resgatar a alegria, o sorriso de nosso povo, o bom-humor perseguido pela patrulha de gente movida pelo rancor. Toda atitude para preservar a união que faz do brasileiro um povo gentil e fraterno é fundamental neste momento em que os pregadores da luta de classes tentam vender um mundo romântico, mas entregam o mais perverso dos mundos , onde meia dúzia de "iluminados" pretendem dominar e ter o controle de nossas vidas. Não podemos permitir nem cair nessa armadilha diabólica.


Somos diferentes, sim, e é essa a maior riqueza de nosso povo. pois o Brasil é a soma de muitos talentos que se completam. Entender essa matemática da vida, que soma e multiplica valores e só divide quando os compartilha, é entender o verdadeiro significado de nossa existência.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

PONTO DE VISTA...


O Pé de Acácia

Se eu fosse aquele pé de acácia,
ali na encosta,
exibindo o amarelo agressivo de minhas flores
contra o fundo verde da mata,
sentir-me-ia cheio de prazer
por oferecer abrigo aos ninhos e néctar às abelhas diligentes.
Gozaria, por certo, com o roçar macio do vento,
a tirar sons em meus ramos.
Nem me incomodaria mesmo de acolher algum parasito....
Se eu fosse aquele pé de acácia,
teria gosto de dar sombra ao casal de namorados
mas, sem dúvida, sofreria as dores impostas pelo machado
e ficaria triste com os moleques a matar meus passarinhos...
Mas eu responderia com a nobre impassibilidade de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,
imóvel, confiante, sereno,
majestosamente sereno,
saberia aceitar o que viesse,
sem lamentar,
sem reclamar,
sem me abater...
Mesmo que o temporal destruísse meus ninhos,
mesmo que as borboletas deixassem de vir ao amanhecer
e minhas folhas murchassem,
mesmo que o estio prolongado e forte viesse queimar-me
e as abelhas, sem encontar sustento, se fossem...
Embora passível de gozar e sofrer, 
continuaria uma acácia majestosamente serena
e conservaria sempre a nobreza ereta de uma árvore.
Se eu fosse aquele pé de acácia
saberia aceitar como as coisas são;
não me rebelaria com o inevitável.
Saberia que,
até no mal cheiroso esterco,
energia inefável se manifesta...
e seria minha nutrição.
Acataria os golpes da poda,
a necessária dor para crescer.
Aceitaria os golpes do lenhador 
que viesse fazer de mim algo útil.

Renunciaria a ser a pincelada amarela a embelezar a paisagem,
e me deixaria transformar em acha de lenha,
e meu mistério se libertaria em forma de luz e calor
ou viria a servir de esteio a um casebre
e meu mistério se faria abrigo.
Quando chegarei a ter a majestade
daquele pé de acácia
dando vida, beleza, abrigo, amenidade e lição?

Professor Hermógenes

domingo, 22 de junho de 2014

INSPIRAÇÕES...



 ABENÇOA TAMBÉM 

 Diante das vozes e dos braços que te amparam na enfermidade, coopera com os 
instrumentos da cura, abençoando a ti mesmo. 

Em qualquer desajuste orgânico, não condenes o corpo. 

O operário há de amar enternecidamente a máquina que o ajuda a viver, 
lubrificando-lhe as peças e harmonizando-lhe os implementos, se não deseja 
relegá-la à inutilidade e à secura. 


Abençoa teu coração. É o pêndulo infatigável, marcando-te as dores e alegrias. 

Abençoa teu cérebro. É o gabinete sensível do pensamento. 

Abençoa teus olhos. São companheiros devotados na execução dos 
compromissos que a existência te confiou. 

Abençoa teu estômago. É o servo que te alimenta. 

Abençoa tuas mãos. São antenas no serviço que consegues realizar. 

Abençoa teus pés. São apoios preciosos em que te sustentas. 

Abençoa tuas faculdades genésicas. São forças da vida pelas quais recebeste no 
mundo o aconchego do lar e o carinho de mãe. 


Eis que Deus te abençoa, a cada instante, no ar que respiras, no pão que te nutre, 
no remédio que refaz, na palavra que anima, no socorro que alivia, na oração que 
consola... 

Junto das células doentes ou fatigadas, não empregues o fogo da tensão, nem o 
corrosivo do desespero. 

Abençoa também. 

Emmanuel 

 Aos leitores de nosso blog, inspirações... alento para o espírito...   

terça-feira, 17 de junho de 2014

Lágrimas ocultas

                                          www.yedooneh.ir
                                                     

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...


E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!


E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...


E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca