quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CONVITE À FRATERNIDADE



O Carnaval acabou faz algumas semanas, um dos mais melancólicos dos últimos tempos, pois muitos brasileiros ainda estão abalados com as tragédias recentes, como o sofrimento das vítimas de enchentes e da seca no Nordeste brasileiro, a morte dos jovens na boate Kiss e a notícia que está causando um alvoroço como nunca se viu, a renúncia do Papa Bento XVI.

Passado esse momento, que mesmo assim foi de festa, teve início o tempo de Quaresma para os cristãos e o chamado à reflexão, preparando-nos para celebrar a Páscoa e nos conduzindo pelo caminho que nos leva ao encontro de Cristo.



Prova de amor maior não há que seja mais significativa que o sublime sacrifício de Jesus pela humanidade.
Como podemos esquecer seus ensinamentos?
Neste período vivemos seu sofrimento, mas sabemos que os próximos dias serão de Glórias e, com isso, exultaremos de alegria se estivermos dispostos a seguir os seus passos.
Os encontros dessa época nos oferecem condições para o exercício de revisão e consolidação das práticas que nos religam a Deus, para que não sejam apenas uma formalidade, quase uma obrigação, mas a expressão de um compromisso com o Criador.
Ao celebrarmos o tempo de LUZES,  somos convidados a vivenciar a partilha que traz claridade aos que abrem seus corações e aos que querem sair da escuridão. Isso tudo cria um clima favorável para renovarmos nossas esperanças por dias melhores. Por isso, passamos por um período de recolhimento espiritual, fundamental para alcançar esse fim.

O clima é de oração, portanto, peço licença aos que não creem, mas não consigo pensar na humanidade vivendo plenamente apenas das realizações terrenas, não consigo imaginar que o vazio dos que se sentem desanimados possa ser preenchido apenas com bens materiais - ou coisa pior, muito menos que o fim na terra seja realmente apenas o fim e que, por esse motivo, não há razão para nos prepararmos para outro plano onde, talvez, teremos uma vida que será resultado de nossas escolhas, dos valores que semeamos e das ações que praticamos.



Para concluir, deixo as palavras de Bento XVI, agora Papa Emérito:

"Queridos irmãos e irmãs, iniciamos a Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. 
Estes quarenta dias de penitência nos recordam os dias que Jesus passou no deserto, sendo então tentado pelo diabo para deixar o caminho indicado por Deus Pai e seguir outras estradas mais fáceis e mundanas. 
Refletindo sobre as tentações a que Jesus foi sujeito, cada um de nós é convidado a dar resposta a esta pergunta fundamental: O que é que verdadeiramente conta na minha vida? 
Que lugar tem Deus na minha vida? 
O senhor dela é Deus ou sou eu? 
De fato, as tentações se resumem no desejo de instrumentalizar Deus para os nossos próprios interesses, em querer colocar-se no lugar de Deus. 
Jesus se sujeitou às nossas tentações a fim de vencer o maligno e abrir-nos o caminho para Deus. 
Por isso, a luta contra as tentações, através da conversão que nos é pedida na Quaresma, significa colocar Deus em primeiro lugar como fez Jesus, de tal modo que o Evangelho seja a orientação concreta da nossa vida.
Possa cada um de vós viver estes quarenta dias como um generoso caminho de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar! 

As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias!"

domingo, 17 de fevereiro de 2013

REFLEXÕES




A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'É elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.

Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é:  "O que fiz hoje pelos outros?"

Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora. O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto para construir um edifício denominado prosperidade. Você deve tornar o seu pensamento mais elevado, mais belo e mais próspero.

Martin Luther King

Em momentos tão conturbados, más notícias e desgraças coletivas, frases para refletir...

Feliz semana!!!


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O RESGATE POSSÍVEL


A nova juventude, por Carlos Alberto Di Franco


A Europa continua sob o fogo cerrado de uma crise sem precedentes.

Mais da metade dos jovens estão sem emprego. Assiste-se ao comprometimento de toda uma geração. 

A Espanha vive uma fuga crescente de jovens talentos. Em um ano, a população entre 20 anos e 24 anos diminuiu em 100 mil pessoas. Entre 25 anos e 29 anos, a queda foi de 150 mil. O impacto da crise entre os jovens preocupa as autoridades e suscita análises sociológicas.

A juventude europeia não foi preparada para a adversidade.

O quadro brasileiro é bem diferente. Felizmente. Temos inúmeros problemas (violência, drogas, corrupção, desigualdade, baixa qualidade da educação), mas somos um país de gente alegre, com capacidade de sonhar.


O nosso grande capital, o nosso diferencial, apesar do notável emagrecimento do perfil demográfico brasileiro, é o vigor da juventude. Uma moçada batalhadora, com vontade de acontecer e, ao contrário do que imaginam os pessimistas crônicos, sedenta de valores éticos, familiares e profissionais.

O novo mapa da juventude não é novidade para quem mantém contato permanente com o universo estudantil. A juventude real está identificando valores como respeito, fidelidade, família, ética. Há uma demanda de âncoras morais e de normalidade afetiva.

Mas há também em andamento profundas mudanças comportamentais. Os filhos e os netos da permissividade moral sentem uma profunda nostalgia de valores. Os anos da revolução sexual produziram muito sexo e pouco amor. O relacionamento descartável deixou o travo do vazio. Agora, o auê vai sendo substituído pelo sentido do compromisso.

A juventude atual, não a desenhada por certa indústria cultural que vive isolada numa bolha ideológica e de costas para a realidade, manifesta uma procura de firmeza moral, de valores familiares e religiosos.

Deus, família, fidelidade, trabalho, realidades tidas como anacrônicas nas últimas décadas, são valores claramente em alta. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), encontro do papa com os jovens, em julho deste ano, no Rio de Janeiro, vai surpreender muita gente. Espera-se mais de 2 milhões de jovens de todos os continentes. 

É muito mais que a Copa do Mundo e as Olimpíadas juntas.

A família, não obstante sua crise evidente, é uma forte aspiração dos jovens. Ao contrário do que se pensa em certos ambientes politicamente corretos, os adolescentes atribuem importância decisiva ao ambiente familiar.

Mesmo os jovens que convivem com a violência doméstica consideram importante a base familiar. A relação no lar é fundamental, mesmo havendo conflito. Parece paradoxal, mas é assim. Eles acham melhor ter uma família danificada a não ter ninguém.

Em casa deixou de rotular os pais de caretas para buscar neles a figura do companheiro. Os jovens, em inúmeras pesquisas, apontam a família tradicional como a instituição de maior ascendência em suas decisões.

No campo da afetividade, antes marcado pelo relacionamento descartável e pela falta de vínculos, vai se impondo a cultura da fidelidade. O tema da sexualidade, puritanamente evitado pela geração que se formou na caricata moral dos tabus e das proibições, acabou explodindo, sem limites, na síndrome do relacionamento promíscuo e transitório.

Agora, o rio está voltando ao seu leito. O frequente uso de alianças na mão direita, manifestação visível de compromisso afetivo, revela algo mais profundo. Os jovens estão apostando em relações duradouras.

Assiste-se, na universidade e no ambiente de trabalho, ao ocaso das ideologias e ao surgimento de um forte profissionalismo. Ao contrário das utopias do passado, os jovens acreditam “na excelência e no mérito como forma de se fazer revolução".

Defendem o pluralismo e o debate das ideias. O pensamento divergente é saudável. As pessoas querem um discurso diverso, não um local onde se pregue apenas uma corrente de pensamento.

Quem não perceber, na mídia e fora dela, essa virada comportamental perderá conexão com um importante segmento do mercado de consumo editorial.
*

Carlos Alberto Di Francodiretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

SANTA MARIA, ROGAI POR NÓS E TAMBÉM PELOS QUE NÃO CREEM!



Nos últimos dias, acontecimentos que marcaram esse início de ano têm mexido profundamente com minhas emoções, especialmente os que ocorreram ou ainda estão em curso nas terras de meus pais: no Nordeste e no Sul do país.

A seca que assola o povo nordestino, como mostrou a reportagem do Fantástico há cerca de duas semanas, revela a insensibilidade dos que nada fazem para levar adiante o projeto elaborado ainda no governo FHC que ao menos poderia minimizar o sofrimento daquelas pessoas, a Transposição do Rio São Francisco.


No YOUTUBE encontramos vídeos que mostram que as obras estão abandonadas e que fortunas foram desperdiçadas porque o pouco que foi feito até então está tudo destruído, muito dinheiro foi desviado nos esquemas de corrupção, milhões foram torrados em propaganda e nem podemos dizer que nosso dinheiro foi por água abaixo porque o problema é justamente falta d´água.


Se a dor dessas imagens ferem a alma, a razão me motiva a buscar respostas e me leva a crer que uma Nação de braços cruzados jamais conseguirá modificar esse quadro desolador.

Vergonha é o que eu sinto quando lembro que a maioria dos brasileiros têm demonstrado suas preferências de péssimo gosto nas urnas - quando não se omitem e fogem à responsabilidade - sem o menor peso na consciência.


O voto tem um significado que vai além da escolha política, expõe o pensamento do eleitor e revela seu caráter, sua índole, suas afinidades e seus objetivos.


Voto é compromisso também de quem elege e coloca no poder pessoas muitas vezes inescrupulosas. O eleitor é responsável pela consequência de seus atos e faz parte de suas obrigações vigiar e cobrar correção de seus candidatos se por acaso conseguirem se eleger.


Por esse motivo, parabenizo a população de Santa Maria que vem mostrando sua fibra e não se contenta com qualquer "carinho". Sem se acomodar, cumpre seu dever de exigir a definição de responsabilidades e a punição dos culpados pelo incêndio na boate KISS, sem isentar, porém, as autoridades locais, que devem explicações, sim, porque irregularidades consentidas, fruto da corrupção banalizada no Brasil do Mensalão, muitas vezes são praticadas com a conivência ou a omissão de quem deveria exigir rigor na aplicação das Leis.



Notícias da semana evidenciam o descaso dos agentes públicos. Além do uso indevido do sinalizador, a investigação encontrou uma série de outras irregularidades, como alvarás vencidos, extintores falsificados ou vencidos, o tamanho pequeno da porta do estabelecimento e a superlotação.


Reportagem do jornal inglês “The Guardian” cita um texto de Reinaldo Azevedo sobre a tragédia de Santa Maria. O jornal reproduz justamente o trecho em que o jornalista sustenta que uma tragédia naquelas proporções não é obra do destino, mas de um conjunto de ações e omissões deliberadas. É evidente que ninguém teve a intenção de matar. Ocorre que há ações e omissões que matam.

A fatalidade não é agente em si, é a consequência de uma ação ou da omissão de quem porventura poderia ter evitado a tragédia.

Quantas concessões não foram feitas para se chegar ao acidente?
Aí entra também o "jeitinho", irmão caçula da corrupção.


Falta ao brasileiro desenvolver algumas virtudes, como a percepção e a prudência, e saber se posicionar diante dos fatos, sem medo nem a preocupação de desagradar quem não se importa a mínima com a vida das pessoas.

Neste momento, o melhor que podemos oferecer a essas famílias são as nossas orações e nosso apoio aos que exigem Justiça.

Quando se pede por Justiça, é para que as pessoas não pensem que estão liberadas para fazer o que quiserem sem pensar nas consequências.

Assim devem agir as autoridades, assim agem os pais que corrigem seus filhos porque os amam, não por ódio ou vingança.
Quem erra, seja por má-fé ou imprudência, também precisa ser corrigido. 

Algumas manifestações, próprias da turma do "deixa disso", insinuam que os familiares querem vingança, mas eu considero isso uma tremenda maldade. Num coração que lateja de dor não há espaço para outro sentimento.

Por outro lado, a mobilização popular sempre surpreende e há tempos que eu não via tantas mensagens de fé, tanta gente acreditando na força que podemos encontrar em Deus.

Ultimamente só se fala em dinheiro, em compras, em coisas materiais. Cheguei a pensar que nosso povo tivesse substituído o louvor a Deus pela idolatria a certos humanos que têm oferecido facilidades para o consumo. E nada mais importava.
Mas não é bem assim, anima ver tantos brasileiros dando o exemplo de amor ao próximo, assim como o Senhor nos ensinou.