Nos últimos dias, acontecimentos que marcaram esse início de ano têm mexido profundamente com minhas emoções, especialmente os que ocorreram ou ainda estão em curso nas terras de meus pais: no Nordeste e no Sul do país.
A seca que assola o povo nordestino, como mostrou a reportagem do Fantástico há cerca de duas semanas, revela a insensibilidade dos que nada fazem para levar adiante o projeto elaborado ainda no governo FHC que ao menos poderia minimizar o sofrimento daquelas pessoas, a Transposição do Rio São Francisco.
No YOUTUBE encontramos vídeos que mostram que as obras estão abandonadas e que fortunas foram desperdiçadas porque o pouco que foi feito até então está tudo destruído, muito dinheiro foi desviado nos esquemas de corrupção, milhões foram torrados em propaganda e nem podemos dizer que nosso dinheiro foi por água abaixo porque o problema é justamente falta d´água.
Se a dor dessas imagens ferem a alma, a razão me motiva a buscar respostas e me leva a crer que uma Nação de braços cruzados jamais conseguirá modificar esse quadro desolador.
Vergonha é o que eu sinto quando lembro que a maioria dos brasileiros têm demonstrado suas preferências de péssimo gosto nas urnas - quando não se omitem e fogem à responsabilidade - sem o menor peso na consciência.
O voto tem um significado que vai além da escolha política, expõe o pensamento do eleitor e revela seu caráter, sua índole, suas afinidades e seus objetivos.
Voto é compromisso também de quem elege e coloca no poder pessoas muitas vezes inescrupulosas. O eleitor é responsável pela consequência de seus atos e faz parte de suas obrigações vigiar e cobrar correção de seus candidatos se por acaso conseguirem se eleger.
Por esse motivo, parabenizo a população de Santa Maria que vem mostrando sua fibra e não se contenta com qualquer "carinho". Sem se acomodar, cumpre seu dever de exigir a definição de responsabilidades e a punição dos culpados pelo incêndio na boate KISS, sem isentar, porém, as autoridades locais, que devem explicações, sim, porque irregularidades consentidas, fruto da corrupção banalizada no Brasil do Mensalão, muitas vezes são praticadas com a conivência ou a omissão de quem deveria exigir rigor na aplicação das Leis.
Notícias da semana evidenciam o descaso dos agentes públicos. Além do uso indevido do sinalizador, a investigação encontrou uma série de outras irregularidades, como alvarás vencidos, extintores falsificados ou vencidos, o tamanho pequeno da porta do estabelecimento e a superlotação.
Reportagem do jornal inglês “The Guardian” cita um texto de Reinaldo Azevedo sobre a tragédia de Santa Maria. O jornal reproduz justamente o trecho em que o jornalista sustenta que uma tragédia naquelas proporções não é obra do destino, mas de um conjunto de ações e omissões deliberadas. É evidente que ninguém teve a intenção de matar. Ocorre que há ações e omissões que matam.
A fatalidade não é agente em si, é a consequência de uma ação ou da omissão de quem porventura poderia ter evitado a tragédia.
Quantas concessões não foram feitas para se chegar ao acidente?
Aí entra também o "jeitinho", irmão caçula da corrupção.
Neste momento, o melhor que podemos oferecer a essas famílias são as nossas orações e nosso apoio aos que exigem Justiça.
Assim devem agir as autoridades, assim agem os pais que corrigem seus filhos porque os amam, não por ódio ou vingança.
Ultimamente só se fala em dinheiro, em compras, em coisas materiais. Cheguei a pensar que nosso povo tivesse substituído o louvor a Deus pela idolatria a certos humanos que têm oferecido facilidades para o consumo. E nada mais importava.
Aí entra também o "jeitinho", irmão caçula da corrupção.
Falta ao brasileiro desenvolver algumas virtudes, como a percepção e a prudência, e saber se posicionar diante dos fatos, sem medo nem a preocupação de desagradar quem não se importa a mínima com a vida das pessoas.
Neste momento, o melhor que podemos oferecer a essas famílias são as nossas orações e nosso apoio aos que exigem Justiça.
Quando se pede por Justiça, é para que as pessoas não pensem que estão liberadas para fazer o que quiserem sem pensar nas consequências.
Assim devem agir as autoridades, assim agem os pais que corrigem seus filhos porque os amam, não por ódio ou vingança.
Quem erra, seja por má-fé ou imprudência, também precisa ser corrigido.
Algumas manifestações, próprias da turma do "deixa disso", insinuam que os familiares querem vingança, mas eu considero isso uma tremenda maldade. Num coração que lateja de dor não há espaço para outro sentimento.
Por outro lado, a mobilização popular sempre surpreende e há tempos que eu não via tantas mensagens de fé, tanta gente acreditando na força que podemos encontrar em Deus.
Ultimamente só se fala em dinheiro, em compras, em coisas materiais. Cheguei a pensar que nosso povo tivesse substituído o louvor a Deus pela idolatria a certos humanos que têm oferecido facilidades para o consumo. E nada mais importava.
Mas não é bem assim, anima ver tantos brasileiros dando o exemplo de amor ao próximo, assim como o Senhor nos ensinou.
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