domingo, 14 de abril de 2013

ENQUANTO AINDA NAVEGAMOS, A LUZ ESTÁ FIRME NA MARGEM



Comentário ao Evangelho do dia feito por Gregório Magno: 
«Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem»

A Leitura comentada por Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja, trata de uma das manifestações de Jesus quando apareceu aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, após a ressurreição.


Neste caso, estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. 

Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. 


Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. 
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» 


Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar...


Segue o comentário:

«Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem»

Que simboliza o mar, senão o mundo atual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações e pelos turbilhões de uma vida caduca? 

E o que representa a margem firme, senão a perpetuidade do descanso eterno?

Portanto, os discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da Sua ressurreição, fica na margem, uma vez que já ultrapassou a condição da fragilidade da carne. 

É como se Ele tivesse querido servir-Se dessas coisas para falar aos Seus discípulos do mistério da Sua ressurreição, dizendo-lhes: «Já não vos apareço no mar (Mt 14,25), porque já não estou entre vós no meio da agitação das ondas.»

Foi no mesmo sentido que, noutro lugar, disse a esses mesmos discípulos após a ressurreição: «Disse-vos essas coisas quando ainda estava convosco» (Lc 24,44). 

Não lhes disse isto por já não estar com eles – pois o Seu corpo estava presente e aparecia-lhes −, mas [...] porque a Sua carne imortal Se distanciava muito dos seus corpos mortais: Ele dizia que já não estava com eles e contudo estava no meio deles. 

Na passagem que lemos hoje, diz-lhes a mesma coisa pela localização do Seu corpo: enquanto os discípulos ainda navegam, doravante Ele está firme na margem.

Fonte: Evangelho Quotidiano

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