Pensei em preparar um texto para celebrar o Dia da Mulher.
Agora já passou e, infelizmente, não consegui concluir a tempo.
Mesmo assim, para não passar em branco, publico algo sobre MULHERES QUE ODEIAM HOMENS, MAS ACHAM QUE SÓ "COISAS DE HOMEM" SÃO IMPORTANTES.
Um de meus filhos mora sozinho, cuida da casa e da roupa, trabalha, estuda e cozinha muito bem.
Outro filho, casado, divide todas as tarefas domésticas com sua esposa, que também é uma excelente profissional.
Espero que a filha conte com a solidariedade de seu futuro marido.
Não vejo porquê alguém possa se sentir diminuído por isso. Muito menos que um gênero exerça determinadas funções, socialmente estabelecidas, que devam ser consideradas inferiores às demais. Fico satisfeita por ter conseguido passar esse valor aos meus filhos.
Ruth e FHC, Chile, 1968 - Arquivo Pessoal/ Instituto FHC
Confesso, porém, que me irritam as críticas às mulheres de gerações passadas, não posso concordar que digam que minha mãe e demais mulheres de sua geração eram umas coitadas. Não eram. Foram mulheres batalhadoras, no lar, na comunidade, no trabalho, nas artes, nos esportes, tanto quanto as que ainda são jovens.
Simplesmente muitas deixaram de se sentir obrigadas a trabalhar para os outros para ter o prazer de cuidar do que era seu, fizeram isso por opção e não se submetiam, como muitos tentam colocar como regra, à violência doméstica ou aos arroubos promíscuos e muitas vezes criminosos de seus parceiros, como fazem as meninas "moderninhas" que confundem esse "vale-tudo" com liberdade.
Oras, cada qual é dono de suas escolhas e não há nada que desmereça uma pessoa que não faz questão de seguir os padrões impostos pelo Mercado, seja dona de casa, alguém que dedica parte de seu tempo ao trabalho voluntário, quem cuida de familiares doentes ou prefere exercer uma profissão em sua própria residência, como a execução de trabalhos manuais, seja qual for o destino de sua obra - uso pessoal, doação ou venda, seja a revenda de produtos variados, culinária, jardinagem, muitas costuram, têm salão de beleza e uma infinidade de atividades, remuneradas ou não, que tanto as dignificam.
O rótulo de inúteis e submissas às nossas mães e avós é injusto, é negar o seu valor e o direito de decidirem o que consideram mais importante em suas vidas. Eu, por exemplo, jamais exigiria que uma dessas dondocas que não conseguem cuidar de seu próprio nariz esquentasse a barriga no fogão para me servir ao menos um cafezinho, porque respeito suas preferências e suas limitações diante de tarefas tão básicas como a de pilotar um fogão.
Encerro com a parte do texto que consegui preparar para o Dia Internacional da Mulher:
"Muitas mulheres se destacam e são lembradas nesses momentos por suas ações positivas.
No Brasil são muitas, destaco Ruth Cardoso, Zilda Arns e Irmã Dulce, mas não podemos deixar de enaltecer o valor daquela que vivia em condições de extrema humildade, sabia que seria perseguida por conta de sua gestação, foi avisada que enfrentaria a ira de poderosos, mesmo assim disse "SIM" à vida gerada em seu ventre.
Sentiu cansaço e fome.
Perdeu seu filho único, um jovem com pouco mais de trinta anos de idade.
Sofreu como ninguém, mas em nenhum momento desistiu ou lamentou. Assumiu integralmente seu compromisso de mãe e deu a vida ao ser mais importante da História da Humanidade."
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