Com 100 mil habitantes, a Santos de 1924
crescia num ritmo acelerado. O desenvolvimento do comércio, antes
restrito à Rua Santo Amaro, atual Rua do Comércio, ia expulsando as
residências para a praia e os subúrbios. O Teatro Coliseu, fundado em 21
de junho daquele ano pelo comendador Manoel Fins Freixo com uma
montagem de A Bela Adormecida, destinava-se não só às peças de teatro como à exibição de filmes e espetáculos.
Com tanta gente fazendo o centro da cidade litorânea fervilhar,
bares, restaurantes e lojas passaram a abrir nos fins de semana.
O progresso da cidade fundada por Brás Cubas se intensificou com a inauguração da ferrovia entre Santos e São Paulo
em 1867, que facilitou o acesso de turistas, sobretudo da capital
paulista. E, anos depois, já no século 20, passou a ser possível também
se aventurar por carro na estrada aberta entre o planalto e o litoral.
Alcançar essas cidades costeiras, no entanto, era missão complicada.
“O acesso às praias era difícil”, conta Malcolm Forest. “Ia-se pela
própria praia, não havia estradas. Itanhaém, Praia Grande e outras
praias eram lugares quase desertos. Havia pouquíssimas casas. As
travessias de canais e cursos d’água criavam também problemas”.
Segundo o autor, “às vezes era necessário esperar a maré
baixar para se trafegar”. “Muitos carros ficavam encalhados na areia”,
lembra Forest. “Em outras situações mais aflitivas, a maré subia e
pegava os banhistas desprevenidos, sendo o carro inundado com a água
salgada do mar, altamente corrosiva”.
Pesquisando jornais antigos, é possível descobrir que o modo de vida dos santistas no começo do século 20 lembrava mais o dos cariocas que o dos paulistanos.
Até nos bondes, pintados de verde escuro, com dois estribos e
condutores e motorneiros fardados de azul – em São Paulo, os bondes da
Light eram vermelhos, tinham um só estribo e homens de fardas
diferentes.
Mais AQUI.
E você? Tem em casa alguma foto antiga de Santos ou outra cidade do litoral paulista?
Mande para o e-mail blogalbumderetratos at gmail.com.
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